Pular para o conteúdo principal

Crônica de quinta [no sábado]

Mônica - semi final


O sonho  a deixa perturbada, apesar de não se lembrar do que sonhou. Senta na cama, estava com a mesma roupa que viera da Faculdade; coberta por lençóis pesados; tinha frio.  Era uma da tarde, sol a pino, dia seco e quente.
Seu caderno estava perto, abriu- o e releu anotações passadas... Havia muito tempo que escrevia ali; que apesar dos relatos pessoais não era apenas um diário e sim um amigo, um confidente. Era como se aquele caderno possuísse vida. Ele a “ouvia” sem reclamações, a “aconselhava”.
E era o que ela fazia naquele momento, buscava conselhos em seu caderno; pois apesar dos poucos amigos confiáveis que tinha, Mônica não se sentiria bem compartilhando o que estava sentindo durante esses dias. Ninguém a entenderia, era muito pessoal.
Alem do mais, Mônica se fazia de forte, falada de todos e era equilibrada o suficiente pra não sofrer de crises de identidade. Não podia destruir seu jeito sério, e sempre certo de ser.
Como foi dito na primeira parte dessa crônica, Mônica tinha mudado, não era mais a menina quieta e discreta de sempre, embora nunca tenha se mostrado discreta ao confessar algo a seu caderno...
 Folheava as primeiras páginas, lia algumas frases...
Mônica percebeu que seu caderno em sua maioria, era preenchido por tristezas, lamúrias, críticas...
Passara muito tempo desabafando, mas nada de bom vinha acrescentar e colorir as páginas daquele caderno...
Era jovem demais para seriedade que possuía.
Tinha que mudar, tinha que retomar planos, tinha que abrir seu mundo, abrir a porta, se permitir...
Saiu de seu quarto, foi ao terraço, sentiu o sol queimar sua pele e a brisa como se batesse em sua face.  Sentiu a vida... Não tinha motivos para estar tão preocupada, tão amarga..
Era só começar tudo outra vez...
Agora ela tinha que lembrar o que a fez abrir os olhos...




*Crônica de quinta
Todas as quintas-feiras, histórias e estórias preenchem este espaço.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Porque me importar?

Eu sinceramente gostaria de não me importar tanto. Mas estou aqui sentida por algo em alguém que me é importante, E nem sei se esse algo que afeta é tão grande. Só sei que o que sinto é provável não ser sentido por outro a meu favor. Sinto demais, e por mim, quem sentes? Mas isso também não importa. O outro sentindo ou não, não ameniza meu incômodo e não muda quem eu sou. Eu sou o que sinto, Sinto porque sou Assim... Não tem como mudar, Tentei até fugir, Mas minha natureza é sentir. Não sei o que ganharei com isso, Só sei que não ganharei de quem espero. Também não me importo... Me importa é sentir  pra não explodir.

Miojo

Será que alguma coisa boa nessa vida poderia acontecer rápido e sem muito esforço? Ou com muito esforço mas, rápido? Ok, ok.. Acredito que o exercício da paciência, de certa forma, nos prepara para recebermos o que tanto esperamos. Acredito que nem sempre estamos prontos para usufruir àquilo que tanto desejamos. E também tem aquela questão do valorizar, né? O processo todo de suor e castigo dão um aroma adocicado de mel não artificial à conquista. Mas, é complicado esse processo de esperar, regar, reconstruir. Há de ter muita paciência e fôlego, porque, cansa, desgasta. Dá vontade de desistir e fazer um miojo, fritar um pastel. Ô tempo que não passa, hora que não chega... Todo dia, religiosamente, "tamo" lá, né? Regando a florzinha. Aliás, que flor? É semente ainda.. Vixe! Que canseira. E o pior é que miojo não substitui macarronada, e o jeito é esperar mesmo, cortar os tomates... Antes disso, arar a terra, plantar os tomates, irrigar tudo lá, deixar livre de agrotóxi...

"Em falso"

"Sua palavra preferida    Amor... Uma qualidade sua..     Sinceridade Algo que você odeia..     Falsidade. " Vamos pensar com carinho e admitir. Existem pessoas e situações que nos obrigam, ou melhor nos conduzem a agir de forma "não verdadeira". Não expressamos o que realmente pensamos, ou usamos de eufemismo pra amenizar certas coisas. Somos educados, damos aquele sorrisinho clássico, temos jogo de cintura, e vivemos nossas vidas; sem ninguém precisar saber de nossa real ideia, nossas opiniões, que as vezes, ditas de forma crua, ferem ao outro, podendo até nos prejudicar. E blá, blá, blá, mi mi mi... A real mesmo é que todo mundo é falso, o que difere é o quanto.. Forjamos tudo, essa é a verdade. Todo mundo prefere não abrir a público suas verdadeiras ideias. E isso é mais que natural, isso é 'ser' humano.  Claro que existem pessoas totalmente hipócritas, mas, como já foi dito; essa característica natural ao homem (no sentido genérico), po...